TÓPICO 1

FONTE – Juliana Stephanie Galaschi Teixeira (Tese)

Plebeia nigriceps (Friese, 1901) é uma das 16 espécies de abelhas sem ferrão pertencentes ao gênero Plebeia Schwarz, 1938 ocorrentes no Brasil, e uma das sete de distribuição conhecida no Rio Grande do Sul. Seu nome popular é mirim nigriceps, ou apenas mirim. P. nigriceps constrói seus ninhos em paredes de casas antigas ou recémconstruídas, moirões de cercas construídos com árvores nativas e canos de água (Witter et al. , 2007). Seus favos de cria são horizontais e superpostos e podem ser dispostos de forma repartida, espalhados pelos diferentes espaços do oco, o que é facilitado pela ausência de invólucro. No lugar do invólucro observa-se uma rede de pilares que circundam a área de cria, além de depósitos de resinas nas paredes internas dos ninhos, no vestíbulo e no batume (Witter et al., 2007). P. nigriceps foi registrada ocorrendo em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul (Silveira et al., 2002). No Rio Grande do Sul há registros para os municípios de Tenente Portela, São Francisco de Paula, Canela, Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Planalto (Wittmann & Hoffman, 1990; Coleção de Abelhas do MCT/PUCRS). Nas excursões científicas e visitas a pequenos produtores rurais, ninhos de P. nigriceps também foram observados nos municípios de Pelotas, Turuçu, São Lourenço, Teutônia, Riozinho e Rolante (Witter et al., 2007). A espécie ocorre tanto em áreas do bioma Mata Atlântica como do Pampa, estando vulnerável a alterações em ambos os tipos de ambiente.

TÓPICO 2

FONTE – Atividade de voo de abelhas Mirim nigriceps (Plebeia nigriceps) – Bruno F. Farias; Juliana Wegner; Luis Fernando Wolff

Plebeia nigriceps (Friese) (Hymenoptera: Apidae) e uma abelha social da subfamflia dos meliponf- neos, de coloraçao preta e asas transparentes, pelos palidos nao evidentes e face com desenhos amarelos. Nidifica em frestas de rochas e muros, sendo encontrada tanto no Pampa como na Mata Atlantica. Estudos sobre atividades de coleta de abelhas sem ferrao ainda sao escassos, mas im- portantes para a compreensao da biologia e da melhoria das tecnicas de manejo para produçao das plantas e manutençao das populaçoes silvestres destes insetos. O experimento foi conduzido na Estaçao Experimental da Embrapa, em Pelotas, Rio Grande do Sul, por meio do estudo sazonal das atividades de voo de tres col6nias em ambiente natural, de janeiro a março de 2015, avaliando tambem o ingresso de materiais transportados para os ninhos. As observaçoes foram realizadas junto a entrada das col6nias, durante 5 minutos por hora para cada col6nia ao longo do perfodo das 08h00 as 17h00. Com contadores manuais, registrou-se o numero de operarias que retornavam e as respectivas cargas transportadas. Os materiais carregados pelas abelhas foram identificados por meio de observaçao direta. O p6len foi caracterizado pela aparencia granular, a resina pelo aspecto vftreo e o barro por ser opaco e umido. As coletas de resina e barro foram agrupadas e as abelhas sem carga aparente foram registradas como transportadoras de nectar ou agua. Um total de 5788 indivfduos foi observado. Das campeiras que safram, 19,6% estavam em atividade de limpeza, carre- gando materiais para fora do ninho e 80,4% em atividade de forrageamento. Das que regressaram, 62,8% transportavam nectar ou agua, 35,3% transportavam p6len e 2,0% traziam resina ou barro. O nectar/agua foi o principal recurso coletado nas col6nias no perfodo estudado, seguido da coleta de p6len. Este trabalho demonstra a eficiencia do forrageamento realizado por P. nigriceps e contribui para açoes de manejo e conservaçao dessas abelhas em agroecossistemas.