Mandaçaia

 (Melipona quadrifasciata)

TÓPICO 1

FONTE: Mensagem Doce n° 57 – Julho de 2000

Abelha com características excelentes para se criar racionalmente. E, por contar com uma incidência maior em várias regiões do país, indo desde o Paraná ao Estado da Bahia. Seu nome científico é: Melipona quadrifasciata, mas é conhecida popularmente por Mandaçaia, que na linguagem indígena significa vigia bonito ( mandá: vigia) (çai: bonito), fato este por se observar no orifício de entrada da colmeia uma abelha sempre presente, ou seja, a vigia.
ONDE ENCONTRÁ-LAS:

A Mandaçaia tem sua presença ao longo da costa atlântica, desde o Norte até o Sul, sendo que a subespécie quadrifasciata ocupa as regiões de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e a subspécie anthidioides habita as regiões ao Norte, sendo que no Estado de São Paulo podemos encontrar as duas subspécies.

Por sua vez, a Melipona quadrifasciata habita regiões mais altas e mais frias. O comportamento externo dessa subespécie, em relação à temperaturas baixas ( 14o – 16o C) e umidade relativa alta ( 80 – 90%), entre as 8:00 e 9:00 horas, é bem intensa, aumentando o trabalho de coleta. Devido ao seu tamanho avantajado, possui melhor controle de temperatura corpóreo, o que lhe permite viver em regiões mais frias.

Nas regiões secas, principalmente na Bahia, encontramos a subespécie Melipona mandaçaia, praticamente com a mesma morfologia das acima citadas, porém de tamanho um pouco menor.

MORFOLOGIA:

É uma abelha de cor negra, tendo em seu abdômen quatro listras amarelas brilhantes transversais nos tergitos. A região entre as antenas, geralmente possui pelos negros, na parte inferior da face tem uma pontuação muito fraca, o ventre e a porção mediana superior do tórax, são pouco lustrosos na base do que no ápice. É uma abelha robusta e o seu tamanho mede entre 8 a 12 mm.

Estas abelhas possuem outras subespécies: a Melipona quadrifasciata quadrifasciata, a Melipona quadrifasciata anthidioides e a Melipona mandaçaia.

A Melipona quadrifasciata anthidioides, possui suas listras amarelas abdominais interrompidas na parte mediana, enquanto que na primeira subespécie estas listras são contínuas; também, já foi encontrado no Estado de São Paulo, um híbrido com o abdômen mais curto sem as bandas tergais, possuindo somente uma pigmentação amarela. Observação feita durante uma visita do inseto num arbusto de Assa-Peixe ( Vernonia polyanthes).

HABITAT e NINHO:

A Mandaçaia constrói seus ninhos em ocos de troncos de árvores, numa altitude mediana. A entrada do ninho, é construído com geoprópolis ( uma mistura de barro com resinas extraídas das plantas), geralmente na parte externa do orifício de entrada elas constroem sulcos radiais convergentes, sendo que neste orifício passa só um abelha por vez.

A partir do orifício de entrada, encontramos um canal de mais ou menos 20cm de comprimento, chamado tunel de ingresso, que vai desembocar próximo aos favos de cria, os quais são envolvidos por lamelas de cerume irregulares a quais chamamos de invólucro, que é constituído de uma mistura de cera e própolis, cuja finaliadade é conservar a temperatura interna do ninho.
O ninho geralmente tem a forma de discos sobrepostos e no sentido horizontal, estes discos são formados por células com aproximadamente 1cm de altura por 0,5cm de diâmetro, confeccionados com cerume, onde são desenvolvidas as crias. Constróem, também, com o mesmo cerume, potes ovais, medindo cerca de 3 a 5cm de altura, por 2,5cm de diâmetro, ligados entre si. Estes potes são usados para armazenar alimentos, mel e pólen, e se encontram geralmente abaixo ou acima da região dos favos de cria, e também próximo dos mesmos.

O ninho desta abelha, possui uma população bem menor, em relação à Apis mellifera, não chegando a ultrapassar 2.000 abelhas, normalmente encontramos famílias somente com centenas de indivíduos. A Mandaçaia é uma abelha muito mansa, mas costuma repelir os intrusos com um movimento bastante intenso em redor do possível inimigo, chegando a mordiscar com suas fortes mandíbulas.

CASTAS / OPERÁRIAS:

Sendo um inseto socialmente desenvolvido, as operárias desempenham várias funções na colmeia de acordo com sua idade. As mais jovens, com a cor mais clara, permanecem sempre na região dos favos aquecendo as crias, num segundo estágio, faz o aprovisionamento das células e se ocupam na construção das mesmas. A medida que vão se desenvolvendo trabalham na construção de potes de alimentos, limpeza, guarda e recepção de alimentos. Quando chegam num estágio mais avançado se tornam forrageiras, comumente chamadas de campeiras, que tem como trabalho o transporte, para dentro da colmeia, de néctar, pólen, barro e resina, sendo o néctar transportado na vesícula melífera ( pré estômago) e os três últimos na corbícula.

Em colônia de Mandaçaia, as operárias têm seus ovários desenvolvidos e muitas vezes podem fazer postura. Estas posturas podem ser efetuadas antes ou após a postura da rainha. Geralmente os ovos de operárias postos antes da postura da rainha, são ingeridos pela mesma, e os ovos postos após a postura da rainha darão origem a zangões (machos), isto porque a larva do macho se desenvolve mais rápido comendo, então, o ovo posto pela rainha. Estes ovos têm a mesma forma dos ovos de rainha e mesmo os que são postos antes dos da rainha, podem dar origem a machos.
Em colônias de Mandaçaia, as operárias e os machos são muito semelhantes, sendo quase impossível distingui-los a olho nú.

RAINHA:

Por ter seu abdômen bem desenvolvido, a rainha caminha lentamente pelo favo e é aí que se encontra freqüentemente sempre acompanhada por algumas operárias que lhe fazem a corte. Não existe diferença de tamanho entre células de rainha e operárias. Numa colônia normal sempre há eclosão de rainhas virgens, no entanto elas não nascem atrativas. Se a colônia estiver com rainha fisogástricas ( fecundada) em boas condições, as rainhas virgens (princesas) serão logo eliminadas pelas operárias. Eventualmente pode ocorrer a substituição da rainha fisogástrica. A rainha virgem (princesa) , para ser fecundada, voará, voltando já fecundada para a mesma colônia e começa, após alguns dias, a fazer postura. As rainhas virgens (princesas) são de fácil identificação, pois não possuem as listras amarelas no abdômen, a cabeça é relativamente menor, e a coloração do corpo é marron.

Após a fecundação o abdômen sofre um aumento significativo, impossibilitando seu vôo.

ZANGÕES: (machos)

Os machos de Mandaçaia, ao contrário dos de Apis Mellifera, podem realizar algum tipo de trabalho na colônia, como por exemplo a desidratação do néctar, mas sua principal função nas colônias, é fecundar a rainha, durante o vôo nupcial. Segundo estudos efetuados, embora haja controvérsias, a rainha acasala-se somente com um zangão.

MEL:

O mel produzido pela Mandaçaia é procurado pelo seu agradável sabor, não enjoativo. É bastante liquifeito devido ao alto teor de umidade, fato este que requer que o mesmo fique armazenado sob refrigeração, para evitar a fermentação. Na natureza a Mandaçaia pode produzir de 1,5 a 2,0 litros de mel em épocas de boa florada, criada racionalmente a produção pode aumentar.

Texto: Waldemar Ribas Monteiro, conservacionista, membro do Departamento de Abelhas Indígenas da APACAME.

TÓPICO 2

FONTE – Dissertação para mestrado (Univesidade Federal de Campina Grande BA)

Melipona quadrifasciata anthidioides (Lepeletier, 1836)

Distribuição geográfica :
Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul
Descrição :
São abelhas sociais, que quando em colônias fortes, apresentam o comportamento de voar sobre as pessoas, esbarrando na pele, mas raramente beliscam. Seus ninhos são encontrados em ocos de árvores, sendo que a entrada possui raias convergentes de barro e o espaço permite que somente uma abelha passe de cada vez. Os favos de cria são horizontais ou helicoidais e não ocorrem células reais. O invólucro está presente ao redor dos favos e é construído com cerume. Os potes de alimento são ovoides e apresentam de 3 a 4 cm de altura. As colônias apresentam de 300 a 400 abelhas. Nesta espécie, a diferenciação de casta é determinada por fatores genéticos e alimentares e de 12 a 25% da cria desenvolve-se em rainhas. Medindo entre 10 e 11 mm de comprimento, estas abelhas nidificam em árvores ocas. Seus ninhos, com boca de barro, são grandes e, em geral, contêm muitos litros de mel. O mel produzido pela Mandaçaia é procurado pelo seu agradável sabor não enjoativo. É bastante liquefeito, devido ao alto teor de umidade, fato este que requer o seu armazenamento sob refrigeração para evitar a fermentação. Na natureza, a Mandaçaia pode produzir de 1,5 a 2,0 litros de mel, em épocas de boa florada. Quando criada racionalmente, a produção da Mandaçaia pode aumentar.
Referências :
Nogueira Neto (1997); Silveira; Melo e Almeida (2002); Fonseca et al., (2011); Rossini (1989); Morgado et al. (2002); Aguilar (1998); Martins (1990); Campos (1989); Castro (2001); Aidar; Pagotto e Contel (2001); Santos et al. (2009).

ROSÉLIA MARIA DE SOUSA SANTOS

TÓPICO 3

FONTE – Cursos CPT

Mandaçaia é uma palavra indígena que significa “vigia bonito” (mandá:vigia/çai:bonito), fato este por se observar no orifício de entrada da colmeia uma abelha sempre presente, ou seja, a vigia. A Melipona mandacaia é uma abelha social brasileira, de cabeça e tórax pretos, abdome (com faixas amarelas interrompidas no meio de cada segmento) e asas ferrugíneas. Também é conhecida pelos nomes de Amanaçaí, Amanaçaia, Manaçaia e Mandaçaia-Grande. Medindo entre 10 e 11 mm de comprimento, estas abelhas nidificam em árvores ocas. Seus ninhos, com boca de barro, são grandes e, em geral, contêm muitos litros de mel.
Na colônia de Mandaçaia, as operárias têm seus ovários desenvolvidos e, muitas vezes, podem fazer postura. Estas posturas podem ser efetuadas antes ou após a postura da rainha. Geralmente, os ovos de operárias, postos antes da postura da rainha, são ingeridos por ela, e os ovos postos após a postura da rainha darão origem a zangões (machos), isto porque a larva do macho se desenvolve mais rápido comendo, então, o ovo posto pela rainha.
Os machos de Mandaçaia, ao contrário dos de Apis mellifera, podem realizar algum tipo de trabalho na colônia, como a desidratação do néctar. Mas sua principal função nas colônias é fecundar a rainha durante o voo nupcial.

Ocorrência: Esta espécie de abelha possui excelentes características para ser criada racionalmente e pode ser encontrada ao longo da Costa Atlântica, desde o Norte até o Sul. Porém, é nas regiões secas, principalmente na Bahia, que as encontramos em maior quantidade.

Morfologia: É uma abelha de cor negra, tendo em seu abdômen quatro listras amarelas brilhantes transversais nos tergitos, placa dorsal dos segmentos do corpo dos artrópodes. A região entre as antenas, geralmente possui pelos negros. Na parte inferior da face, possui uma pontuação muito fraca. O ventre e a porção mediana superior do tórax são menos lustrosos na base do que no ápice. É uma abelha robusta que mede entre 8 a 12 mm.

Ninho: A Mandaçaia constrói seus ninhos em ocos de troncos de árvores, em uma altitude mediana. A entrada do ninho é construída com geoprópolis – uma mistura de barro com resinas extraídas das plantas. Geralmente, na parte externa do orifício de entrada, as mandaçaias constroem sulcos radiais convergentes. Neste orifício, passa somente uma abelha por vez.
A partir do orifício de entrada, encontramos um canal de mais ou menos 20 cm de comprimento, chamado túnel de ingresso, que desembocará próximo aos favos de cria, os quais são envolvidos por lamelas de cerume irregulares, chamados de invólucros, estes são constituídos de uma mistura de cera e própolis, cuja finalidade é conservar a temperatura interna do ninho.
O ninho, geralmente, tem a forma de discos sobrepostos, no sentido horizontal. Estes discos são formados por células, com aproximadamente 1 cm de altura por 0,5 cm de diâmetro, confeccionados com cerume, onde são desenvolvidas as crias. Constroem, também, com o mesmo cerume, potes ovais, medindo cerca de 3 a 5 cm de altura, por 2,5 cm de diâmetro, ligados entre si. Estes potes são usados para armazenar alimentos, mel e pólen, e se encontram geralmente abaixo ou acima da região dos favos de cria, e próximos a eles.
O ninho desta abelha possui uma população bem menor em relação à Apis mellifera, não chegando a ultrapassar 2.000 abelhas. Normalmente, encontramos famílias somente com centenas de indivíduos. A Mandaçaia é uma abelha muito mansa, mas costuma repelir os intrusos com um movimento bastante intenso ao redor do possível inimigo, chegando a mordiscá-lo com suas fortes mandíbulas.

Mel: O mel produzido pela Mandaçaia é procurado pelo seu agradável sabor não enjoativo. É bastante liquefeito, devido ao alto teor de umidade, fato este que requer o seu armazenamento sob refrigeração para evitar a fermentação. Na natureza, a Mandaçaia pode produzir de 1,5 a 2,0 litros de mel, em épocas de boa florada. Quando criada racionalmente, a produção da Mandaçaia pode aumentar.

Por Andréa Oliveira.

Fontes: Embrapa, USP, WebBee e Wikipédia

TÓPICO 4

FONTE – WebBee

Melipona quadrifasciata anthidioides Lepeletier
São abelhas sociais, que quando em colônias fortes, apresentam o comportamento de voar sobre as pessoas, esbarrando na pele, mas raramente beliscam. Seus ninhos são encontrados em ocos de árvores. (Nogueira-Neto, 1970)
As colônias apresentam de 300 a 400 abelhas (Lindauer & Kerr, 1960).
Distribuição geográfica: Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (Silveira et al., 2002).

A entrada da colméia é típica, apresentando ao seu redor raios convergentes de barro, construídos pelas abelhas. Só passa uma abelha de cada vez.

Os favos de cria são horizontais ou helicoidais e não ocorrem células reais. O invólucro está presente ao redor dos favos e é construído com cerume. Os potes de alimento são ovóides e apresentam de 3 a 4 cm de altura (Nogueira-Neto, 1970). Nesta espécie, a diferenciação de casta é determinada por fatores genéticos e alimentares e de 12 a 25% da cria desenvolve-se em rainhas (Kerr & Nielsen, 1966). O período completo de desenvolvimento para Melipona é de aproximadamente 38 dias, sendo 5 dias de desenvolvimento embrionário (ovo), 15 dias de estágio larval e 18 dias de estágio pupal (Rossini, 1989).

Fonte: Webbee