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TÓPICO 1
FONTE: Guia Ilustrado das Abelhas Sem-Ferrão das Reservas Amanã e Mamirauá
Scaura latitarsis (Friese, 1900)
Nomes populares: jataí preta.
Caracterização taxonômica:
Abelhas de tamanho pequeno, com comprimento total aproximado em torno de 3,8 mm; comprimento da asa anterior 3,55 mm; largura da cabeça 1,75mm. Tegumento predominantemente preto, exceto pelas seguintes partes castanho-claro: base dos escapos (Figura 293); terço apical das mandíbulas; terço basal das tíbias posteriores, especialmente na face interna; os quatro últimos tarsômeros das pernas anteriores e médias e os três últimos das posteriores castanho-amarelados; abdome castanho, especialmente os dois primeiros segmentos, tendendo para o amarelo esbranquiçado; membrana alar hialina iridescente, levemente enfumaçada na metade apical, as nervuras castanhas, mais escurecidas na metade apical, as microtríquias castanhas. Pilosidade no geral esbranquiçada, as cerdas eretas negras na fronte, vértice, mesoscuto, escutelo e pernas; pilosidade plumosa da metade inferior da face, a partir da tangente inferior dos alvéolos antenais, ramificada desde a base, curta, decumbente e bastante densa, cobrindo todo o tegumento e conferindo aspecto aveludado-brilhoso, nasparoculares essa pilosidade se prolongando até um pouco acima dos alvéolos; pilosidade da fronte plumosa desde a base, porém os pelos mais espessos, longos (com comprimento em torno da metade do diâmetro do escapo), semieretos e bastante esparsos, deixando o tegumento à mostra, contrastando com a parte inferior aveludado brilhosa; no clípeo, supraclipeal, paroculares inferiores e médias, cerdas amareladas eretas minúsculas, quase imperceptíveis, intercalando os pelos plumosos, muito mais esparsas que estes; cerdas eretas negras muito mais longas na fronte e vértice; cerdas do labro e mandíbulas mais longas e amareladas; cerdas do escapo extremamente curtas, finas e esbranquiçadas, mais curtas que metade do diâmetro do escapo; pilosidade plumosa do mesoscuto pálido-amarelada e decumbente, intercalada por cerdas enegrecidas, curtas, em torno da metade do diâmetro do escapo; cerdas enegrecidas bastante mais longas e espessas no escutelo, as do bordo posterior, mais que cinco vezes mais longas que as do mesoscuto; pilosidade das laterais do tórax longa, como na região superior da face, e esbranquiçada, bastante densa nas laterais do propódeo, intercalada por cerdas esbranquiçadas bastante finas e mais longas que estas (em torno de três vezes o comprimento dos pelos plumosos); pilosidade das coxas, trocânteres e fêmures esbranquiçada, nos fêmures enegrecidas no ápice; bordo posterior das tíbias posteriores sem pelos plumosos ; tergo I praticamente glabro; uma faixa de cerdas acastanhadas curtas e esparsas distribuídas no bordo posterior dos tergos a partir do tergo II (Figura 296), curtíssimas no tergo II, gradativamente mais longas e espessas em direção ao ápice do abdome, a faixa destacadamente mais larga nos tergos III a V e ocupando o disco no VI, neste as cerdas bastante longas e esbranquiçadas. Tegumento liso, polido e brilhante, a pontuação apenas pilígera, bastante densa no mesoscuto, quase não deixando espaços polidos entre os pontos, diferindo das outras partes do corpo. Abdome subtriangular; basitarso posterior mais alargado que a respectiva tíbia, bastante inflado; região atrás dos ocelos levemente elevada, com uma carena muito fraca.
Nidificação:
Diversos autores relatam a nidificação desta espécie em cupinzeiros, especialmente do gênero Nasutitermes Dudley, 1890. Nidifica em árvores vivas e cupinzeiros vivos (Camargo, 1994). Geralmente, escolhem troncos com diâmetro médio de 60 cm a uma altura média de 6 m do chão. Já foram encontrados ninhos nas seguintes árvores: sibipira ou sibipiruna (Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides (Benth.) G. P. Lewis, Fabaceae); paineira rosa (Chorisia speciosa A. St. -Hil., Bombacaceae); eucalipto (Eucalyptus sp., Myrtaceae); figueira, gameleira, apuí (Ficus sp., Ficidae); abac ate (Persea americana Mill., Lauraceae); Piptadenia sp. (Fabaceae); Tabebuia sp. (Bignoniaceae); Tipuana tipu (Benth.) Kuntze (Fabaceae) (Freitas et al. 2009).
Entrada do ninho:
Segundo relato de Camargo (1970) sobre ninho examinado em Rondônia, o tubo de entrada é constituído de cera amarelada, projetado da parte látero-superior do cupinzeiro, medindo cerca de 1,5 cm de comprimento por 0,7 cm de diâmetro no ápice, estreitando-se em sua base.
Características do ninho:
Ninho estudado por Camargo (1970) media 13 cm de altura por 7 cm de largura, por 20 cm de base; os potes de alimentos encontrados mediam 9 mm de altura por 8 mm de diâmetro. No caso dos ninhos em cupinzeiros, há relatos que já foram encontrados tubos externos construídos de cerume sobre a parede de 3 ninhos de Nasutitermes spp. (Termitidae) (Nogueira-Neto,1997). Segundo Camargo (1984), para estabelecer o ninho, as operárias iniciam o processo transportando resinas pegajosas e depositando-as na superfície externa do cupinzeiro, até construírem um tubo que virá a ser a entrada do ninho, e fixando-o com cerume e resinas à superfície do cupinzeiro, raspando aos poucos as paredes e galerias do cupinzeiro e delimitando o novo espaço com resinas; do mesmo modo faz para aumentar o tamanho do seu ninho, construindo pequenas câmaras de cera e resina fixadas à parede da cavidade interna do cupinzeiro. As abelhas trabalham dentro destas câmaras, isoladas do contato com os cupins, raspando e modificando as galerias do cupinzeiro, ficando assim seguras contra a invasão destes. Como constroem ninho dentro do cupinzeiro, obtém deste a proteção necessária para regular a temperatura do ninho, dispensando a construção do invólucro (Camargo, 1970).
Informações para manejo:
São abelhas mansas, não atacam ou oferecem resistência (Schwarz, 1938). Segundo relatos de Camargo (1970) o mel encontrado em ninho desta espécie era claro e apresentava sabor muito agradável.
Defesa contra ataques de pragas:
Espécie mansa, não apresentando abelhas-guarda ou estruturas específicas de defesa e, inclusive, as paredes divisórias entre o ninho e o cupinzeiro são finas, indicando uma convivência pacífica com os hospedeiros (cupins) (Camargo, 1970).
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